Por Gabriel Guimarães
Graças a um meticuloso trabalho de pesquisa feito pelo roteirista Geoff Johns no fim de 2004, a DC ganhou um reforço de peso na luta pelo gosto dos leitores de quadrinhos. Trazendo o Lanterna Verde Hal Jordan de volta dos mortos em "Lanterna Verde: Renascimento", Johns deu não apenas um motivo para os leitores tradicionais do personagem voltarem a acompanhar os títulos relacionados com ele, mas renovou inteiramente o universo e a mitologia por trás do anel que este carregava consigo (já fiz uma matéria sobre a reinvenção do Lanterna Verde aqui no blog antes).
A arma mais poderosa do universo DC passou a ganhar mais força entre os admiradores da arte sequencial, e, com isso, os personagens a ela ligados foram tendo mais destaque na mídia. A DC cresceu em representatividade no mercado, e, logo, o universo esmeralda em que Hal Jordan era o tradicional centro ganhou novos protagonistas importantes, novas cores baseadas no espectro emocional dos seres vivos e novas histórias memoráveis (comentei também sobre uma delas já aqui no blog). Utilizando de referências a trabalhos clássicos feitos com os personagens da Tropa dos Lanternas Verdes, como os feitos por Alan Moore há quase 30 anos atrás, Johns adaptou muitas estórias, dando uma roupagem nova para o mundo em que vivemos hoje. E os resultados foram se mostrando cada vez mais positivos.
Como a década passada foi um marco para a transição entre os quadrinhos e o cinema (como já comentei aqui no blog), não é nenhuma surpresa que a editora resolveu colocar em prática uma estratégia para dar vida aos desenhos dos personagens da Tropa. Primeiro, foi lançado o filme de animação "Lanterna Verde: Primeiro Voo", em 2009, a fim de contar a primeira aventura de Hal Jordan como Lanterna Verde e seu primeiro confronto com Sinestro. Despois, dois projetos foram tocados em compasso para serem lançados esse ano de 2011. O primeiro é o filme live action estrelado por Ryan Reynolds (cujo comentário inicial pode ser visto aqui, e cuja política de escolha de elenco foi comentada aqui), que já está sendo exibido nos Estados Unidos, e que estará disponível nos cinemas brasileiros a partir de 19 de agosto. O segundo, que é o tema da matéria de hoje, é um segundo filme animado, chamado "Lanterna Verde: Cavaleiros Esmeralda".
Partindo do desejo da editora de mostrar toda a gama de personagens que são membros da Tropa dos Lanternas Verdes além dos nomes mais conhecidos, o filme faz uma bela apresentação para quem não conhece a cronologia dos quadrinhos, além de apresentar certos pontos de vistas pouco comuns para as histórias de heróis. Através de uma trama centrada na jovem Arísia, personagem bastante conhecida da década de 1980 das histórias de Jordan, o filme narra os contos mais marcantes dentro da própria Tropa, relembrando a origem desta (apesar de não mencionar os Caçadores Cósmicos) e algumas das figuras mais ilustres que já portaram o anel.
A história principal em si, que se desenrola em meio a esses contos, é um tanto fraca e superficial, mas por se tratar de apenas um esquema de expôr a mitologia da Tropa para quem ainda não a conhecia, funciona de forma eficaz, servindo ainda para apresentar o vilão Krona, que é ligado de fato à origem dos Guardiões do universo, mentores dos Lanternas, e que teve seu papel contado na história "O Conto de Ganthet", feita pelos grandes profissionais de quadrinhos Larry Niven e John Byrne.
O filme é interessante, porém, nada muito impressionante. Houve algumas adaptações feitas entre a versão em quadrinhos e a animada, mas nada que condene uma ou outra. Os personagens estão bem representados, apesar de que o som é um dos pontos mais fracos do filme. A falta de uma trilha sonora de peso e de maior vivacidade nas vozes dos protagonistas acaba dando um tom similar às aulas de história do colégio em alguns momentos, evitando assim que você consiga se prender à trama. A experiência também me chamou atenção para um fato: não há como unir os dois filmes animados produzidos pela DC, pelo fato de Sinestro ter sido o vilão no primeiro e neste segundo, ser um dos membros da Tropa ainda, entretanto, o estilo dos personagens foi mantido e a caracterização deles é a mesma. Não sei ao certo qual foi o objetivo dos produtores com isso. Os destaques positivos, porém, ficam por conta de Kilowog e Mogo, que são os Lanternas que conquistaram maior carisma com suas respectivas histórias.
NOTA GERAL: 2,5 estrelas.
4 comentários:
O objetivo dos produtores foi um só: promover o filme. Apresentar o universo do Lanterna para quem não conhece e preparar o terreno pra quem vai ao cinema.
No entanto, acho que a coisa funcionou ao inverso: o desenho é legal, mas é para fãs. Quem já conhece os personagens, vai identificar as sagas que já leu ou ouviu falar.
Quem não conhece, fica a sensação de aula de história do colégio, como você bem lembrou. Apesar disso, a DC ainda lidera no campo da animação. Todas as suas produções em desenho são muito boas.
Abraço!
Ainda não vi Green Lantern: Emerald Knights mas as animações da DC são fodelonas.
Sou muito fã desse segmento da Distinta Concorrência. Preciso ver pra ver se concordo com a sua nota, hahaha. :)
As produções da DC em animação realmente são um dos pontos mais altos atualmente da editora, porém, como um amigo meu, Victor Almeida, me disse ontem, 'tem certas animações que parecem muito mais extras de luxo/cartão de visita pra DVD/Blu-ray de filmes do que efetivamente uma história separada'. Após assistir o Lanterna Verde: Cavaleiros Esmeralda, essa foi realmente a sensação que ficou. A animação é legal, porém, parece faltar um algo mais. Ela não foi ruim, o que não permite qualquer nota abaixo da média, mas tambem não foi tão boa assim, portanto, acredito que essa nota fica mais ou menos cravada na sensação que o filme te deixa. "Na média". =P
Ainda vou assistir... Mas não vou com expectativas altas. O trailer não me empolgou muito quando vi e acho que pra variar eles vão "pecar" em um monte de coisas, distorcendo a história original em quadrinhos.
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