domingo, 21 de novembro de 2010

Prevendo uma Noite bem Densa para o Filme do Lanterna Verde

Por Gabriel Guimarães
Essa semana foi liberado o primeiro trailer para o filme do Lanterna Verde que estreará nos cinemas ao redor do mundo ano que vem. Com Ryan Reynolds no papel principal do piloto de testes Hal Jordan e Blake Lively no papel da sua chefa e par romântico Carol Ferris, muito se fala da produção desse filme já há algum tempo.

Pois bem, o resumo dos fatos está aí, agora, quanto à opinião: A escolha de elenco foi fraca, procurou-se mais nome do que habilidade ou qualquer semelhança com os personagens originais. Ryan Reynolds, no máximo, daria um bom Kyle Rayner, pois ele não parece físicamente com o maior dos Lanternas Verdes, e sua própria personalidade está muito mais próxima de um Deadpool ou de um Guy Gardner do que de um Hal. Blake Lively também não demonstra ter o pulso firme que Carol Ferris demonstra nos quadrinhos, basta que se veja sua primeira aparição no trailer para perceber.
O trailer, a meu ver, já mostrou que o filme deve ser muito fraco, o que é uma grande decepção, uma vez que sou um grande fã do gladiador esmeralda há anos. Num clíma de sessão da tarde sem animar muito com história e efeitos especiais, não me empolguei em nada para assistir o filme nas telonas. Entretanto, como sei que não devemos julgar um livro pela capa, ou um filme por um trailer, vou assisti-lo inteiro quando tiver estreado e postarei a resenha aqui.
Enquanto isso, resta-nos torcer que, tal qual Robert Downey Jr. surpreendeu no papel de Tony Stark, também assim o elenco desse filme o faça, porque se não, a DC estará perdendo uma de suas franquias que poderia dar mais certo, com certeza.
Esperemos pelo dia mais claro para essa produção.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

RIO COMICON, BABY!!! - EPÍLOGO

Por Gabriel Guimarães
Hoje foi o primeiro dia depois do grande evento das histórias em quadrinhos que transformou a cidade do Rio de Janeiro num sonho tornado real. Fosse pelo entrosamento entre todos os quadrinistas e fãs, ou pelo ambiente propício para a criação encontrado nas oficinas, ou as grandes figuras e palavras que estiveram presentes nas palestras e debates, esse evento ficou marcado em todos que estiveram lá, e não será esquecido com tanta facilidade.
Os contatos e amizades que foram formados lá permanecerão, e com certeza, serão fortalecidos com o contato seja pessoal ou pelos meios eletrônicos. Eu, no caso, fiz grandes amizades. Além dos quadrinistas que já mencionei aqui no diário do evento, com quem falei um a um praticamente, também houveram muitas outras pessoas que cativaram com seu jeito confiável e amistoso. O editor Guilherme Krol, da editora Balão Editorial, por exemplo, foi um dos que me recebeu de forma cordial e amistosa no evento, e com quem eu certamente manterei amizade. O quadrinista Danilo Beyruth demonstrou ser um profissional de extrema disponibilidade para o público, e cujo relacionamento com as pessoas que estavam no evento vale uma nota aqui também.
O que estou querendo expôr aqui nesse post é isso: as amizades e laços que foram criados lá não têm que terminar simplesmente porque o evento terminou. Não. Não deixem esfriar a sensação de complitude que estar lá na Estação Leopoldina lhes deu, não esqueçam de imediato todos os sorrisos e situações incríveis que vocês viveram nessa semana. Enquanto essas memórias estiverem vivas em nós, o evento terá cumprido seu objetivo maior: ser um dos grandes eventos da arte sequencial para o público leitor no Brasil como um todo.
Ano que vem, tenho certeza, será muito mais para se contar. Mais histórias, mais amizades, mais experiências de vida. Mas nada mudará o que foi a Rio Comicon do ano de 2010: o primeiro passo.
Caminhemos juntos, em direção ao melhor. Para nós, para os quadrinhos, para o Brasil.
Obrigado pela experiência que vocês me proporcionaram, ela foi inestimável, e continuará viva em mim por toda a minha vida, não importa quanto o tempo passe.
Então, pela última vez, deixem-me dizer, que:

É RIO COMICON, BABY!!! 

domingo, 14 de novembro de 2010

RIO COMICON, BABY!!! - DIA FINAL

Por Gabriel Guimarães
É uma pena, gente, mas terminou. Porém, deixemos as despedidas para o final, pois tudo tem sua hora. Primeiro, celebremos tudo que ocorreu nesse sexto e último dia da Rio Comicon de 2010.
O público de hoje era mais limitado que o de ontem, ainda assim, haviam muitas famílias no local, que foram agraciadas por vários artistas fantasiados como personagens de games, quadrinhos e mangás para cosplay. Do clássico encanador italiano Mario aos marvelescos Homem-Aranha e Senhor Fantástico, o clíma na Estação Leopoldina hoje era de muito relaxamento, percebendo-se no ar que a calmaria em breve dominaria novamente o saguão enorme da antiga estação de trêns. Foi então que a confirmação da presença do maior ídolo dos quadrinhos brasileiros fez aumentar exponencialmente a animação dos jovens leitores, que corriam e gritavam querendo ve-lo. Claro, estou falando do excelentíssimo quadrinista Maurício de Sousa.


Os modelos fantasiados animaram muito o dia de muitas
crianças e famílias

O dia deve ter sido cansativo para esse grande mestre, que deu uma palestra em quase clíma de "fechar com chave de ouro" do evento, autografou e tirou fotos com 100 felizardos que pegaram senhas na ala dos desenhistas, e depois ainda foi participar de uma mesa final com diversos outros artistas para o encerramento oficial de tudo. Falemos da palestra. Num ambiente lotado de admiradores do seu trabalho, Maurício falou do mercado de quadrinhos, do potencial criativo do brasileiro, do papel educador das histórias em quadrinhos, um pouco do seu processo de produção no seu estúdio em São Paulo, e na revolução que ocorreu com tudo que o envolvia com a criação da "Turma da Mônica Jovem".


Maurício se preparando para a palestra

Extremamente cordial, ele incentivou os novos artistas, deu conselhos sobre como entrar no mercado da nona arte e deu quase uma aula em termos de administração de marca. Para os que o veem como uma figura meramente capitalista, desejo-lhes informar que ele está muito além disso. Ele tem uma visão muito clara do trabalho que é necessário para a produção de uma história e ele compreende na pele sim tudo o que o artista passa. A parte comercial pela qual alguns se limitam a ve-lo, na verdade, é uma questão de necessidade como qualquer outra na sociedade em que vivemos hoje, e se ele conseguiu atingir tamanho êxito nisso, deve-se única e exclusivamente à sua extrema capacidade de aproveitar as chances que surgiram à sua frente na sua jornada como quadrinista.
Mesmo respondendo a tantas perguntas, ele não deixou de enfatizar o potencial criativo do povo brasileiro, e que nós podemos sim um dia começar a exportar histórias também, e não apenas desenhistas. Não poderia concordar mais.

A apresentação de Maurício de Sousa lotou o
auditório

Para o público de "Turma da Mônica Jovem", alguns avisos foram recebidos com grande entusiasmo: em breve, surgirá também a versão jovem de outro personagem de Maurício, o caipira baseado no seu tio-avô, Chico Bento; e além disso, também surgirá em pouco tempo a série de desenhos animados da Turma, só esperando o aval de qual meio tecnológico será usado para sua produção - 3D, desenho normal ou avatar (não, não os seres azuis, mas sim a tecnologia que usa pontos de sensibilidade de movimento nas roupas de modelos, que são digitalizados para animar um desenho estático gerado no computador, semelhante ao processo que foi utilizado para fazer filmes como "O Expresso Polar" e "O Natal do Senhor Scrooge").
Para o público mais tradicional, falou-se da terceira edição do MSP 50, com título ainda não definido, que será lançado na Bienal do Livro do Rio de Janeiro do ano que vem. Além dessa novidade, falou-se de uma obra que abordará a primeira-dama dos quadrinhos nacionais, a Mônica, de uma forma especial, sem entrar em mais detalhes, apenas que será lançada no meio do ano que vem. Há muito pelo que aguardar.

Marcelo Campos e Renato Guedes, respectivamente, avalia-
ram os portfolios de muitos desenhistas na suposta
última oficina do evento



Quanto às oficinas, este derradeiro dia não as teve, mas sim uma avaliação de portfolios organizada pela equipe da Quanta Academia de Artes. Quem levou seu trabalho em histórias em quadrinhos foi avaliado pelos dois grandes desenhistas Marcelo Campos, que já trabalhou na Marvel e na DC e que é o criador do personagem "Quebra-queixo";e Renato Guedes, atualmente desenhista da DC, que já trabalhou com a adaptação da série de televisão "Smallville" para quadrinhos e com vários personagens da família Super (é dele, inclusive, o traço da edição especial que estava há relativamente pouco tempo nas bancas, "Superman Anual #1", da editora Panini). Ouvir o que duas grandes fontes do ramo como eles têm a dizer sempre auxilia em muito os que ainda estão começando, e quem esteve lá pôde comprovar isso hoje.


Bom, infelizmente, chegamos ao momento onde devemos nos despedir desse que foi um dos grandes eventos do ano na cidade do Rio de Janeiro, que entrosou de forma muito harmoniosa os admiradores do gênero da arte sequencial e os autores, tanto de editoras independentes quanto das gigantes do mercado.

Adieu, au revoir, addio, arrivederci, lebewohl, adiós, goodbye, farewell, adeus, até loguinho. A Rio Comicon de 2010 com certeza ficará eternamente marcada na memória daqueles que puderam estar lá presentes, e os contatos que lá fizemos serão mantidos por muitos e muitos anos à frente. Era disso que os quadrinhos aqui do Rio estavam precisando há muito tempo, uma chance de entrosar seus admiradores, tanto estes sejam produtores de conteúdo no seu formato ou não. Da experiência de conhecer outros, nós crescemos muito, e garanto que quem esteve lá saiu de uma forma completamente diferente da qual chegou no primeiro dia. Eu sei que eu saí. Vocês estiveram comigo lá todos os dias, e eu não os esqueci. Convido-os, bons leitores, a manterem contato comigo, para que estejamos sempre crescendo como uma equipe, com laços fortes e firmes. Quaisquer comentários, fotos, opiniões,..., que vocês tiveram do evento, me mandem. Quem sabe vocês também não vêm a conhecer seus artistas favoritos através daqui, ou, até mesmo, descobrem aqui no blog uma voz para poderem ser ouvidos por quem vocês jamais imaginaram que poderiam te ouvir?
Venha, faça parte disso tudo, seja parte da galera. Quem sabe, da próxima vez, somos mais, unidos, gritando a plenos pulmões para que o mundo inteiro possa nos ouvir que:

É RIO COMICON, BABY!!

RIO COMICON, BABY!!! - DIA 5

Por Gabriel Guimarães

Panorama da Rio Comicon no seu primeiro
fim de semana de existência, completamente lotada

No primeiro dia de fim de semana da Rio Comicon o que mais se percebeu lá foi a imensidão de pessoas para um espaço que não parecia poder comporta-las de forma apropriada. Tendo aberto as portas um pouco mais tarde hoje, deixando acumular uma quantidade considerável do público no frio vento ainda em transição da manhã para a tarde, a estação Leopoldina vislumbrou o que a esperava no decorrer da tarde ao se deparar com uma fila enorme de pessoas ainda para comprar os ingressos do evento para hoje.

Como hoje o público não se restringiu aos admiradores da nona arte em si, percebia-se que muitas pessoas que estavam lá destoavam de tudo aquilo que o evento representava. Não pensem que eu sou um crítico de "farofeiros" de fora do círculo quadrinístico, de forma alguma eu sou algo assim. Porém, convenhamos que levar um cachorro, ainda que de coleira, para dentro do evento, e entrar no estande da Livraria da Travessa, é um pouco demais não é? Lá não é uma pet shop, não é um veterinário. O cachorro era manso, a raça dele inclusive não demonstrava qualquer perigo, entretanto, o bom senso nos diz que onde há um cachorro fora do seu ambiente ideal, sempre podem ocorrer imprevistos caso o cachorro se sinta ameaçado por algo ou caso tenha certas necessidades fisiológicas fora de lugar. Não digo que isso aconteceu, pelos meus conhecimentos, não ocorreu. Mas existiu essa possibilidade, e alerto que isso deveria ser observado com mais medidas restritivas no futuro.
Voltando ao evento em si, hoje o artista Milo Manara voltou a assinar suas obras, o que criou filas absurdamente imensas de fãs ansiosos por conhece-lo. O cartunista Laerte também esteve presente, demonstrando sua total irreverência na sua própria figura enquanto esteve lá, o que tirou muitas risadas ao longo do dia, tanto de autores quanto do público.


Marcela Godoy nos dá uma aula sobre os recur-
sos estilísticos e narrativos que os quadrinhos
podem ter

Nas oficinas de hoje, um equilíbrio marcou o sábado: a primeira, de "Roteiro para histórias em quadrinhos", ensinada pela roteirista Marcela Godoy, da graphic novel "Fractal", foi bastante técnica e abrangente; e depois, a de "Ilustração Editorial" dada pelo ilustrador Weberson Santiago, que já fez de tudo um pouco no mundo dos quadrinhos e da ilustração (já foi colorista da minissérie em quadrinhos do sucesso de televisão "24 horas", responsável pelo processo de produção das tiras da "Liga dos VJs Paladinos" para a revista da MTV, além de ser ainda ilustrador de várias revistas de informação e artigos e editor das revistas "Mundo Canibal" e "Havaianas de Pau"), seguiu numa linha de suavidade e conversa aberta sobre tudo no ramo em debate e um pouco mais.

Celso Menezes, roteirista da belíssima HQ na-
cional "Jambocks!" esteve presente na ofici-
na de roteiro como observador

A oficina de Marcela Godoy foi excelente, e, em quatro horas de duração, pontuou tudo que há para se saber sobre estilo, formato e recursos disponíveis para se produzir uma história em quadrinhos. Usando de muitos exemplos práticos da cultura pop, em especial, filmes de suspense e terror, foi muito discutida a necessidade da criação de uma esfera em que o roteirista como contador de histórias precisa pôr o leitor para que a mensagem lhe seja transmitida de forma clara. Demonstrando os muitos sentidos que uma página de quadrinhos pode assumir mediante pequenas mudanças estruturais em suas ferramentas únicas, a oficina realmente abriu muito os olhos dos alunos para todo um universo de possíveis abordagens que se pode dar a uma narrativa sem nem precisar dizer uma palavra. Tamanha tarefa, todavia, não é função apenas do roteirista, que é responsável pela compreensão da história a partir de elementos textuais; e carece de um entrosamento importantíssimo deste com o desenhista, que será o responsável pela compreensão da história nos elementos gráficos que dispõe nos quadrinhos, e no formato que dá aos próprios quadrinhos em si. Apesar de cansativo pela quantidade de informação em tão pouco tempo, posso garantir que quem esteve lá não se arrependeu nem um pouco.

Weberson Santiago nos mostra como reali-
za seu processo de criação

Já a oficina de Weberson seguiu num rumo diferente, assumindo mais uma postura de conversa aberta sobre a jornada como profissional do ilustrador e uma discussão bastante informal sobre a importância de uma ideia por trás do desenho, pois um bom desenho sem ideia nada representa, enquanto um desenho simples com uma ideia brilhante torna-se uma obra de arte. A importância de se estar sempre desenhando, mesmo que à mão livre, também foi um ponto bastante ressaltado, culminando com o próprio Weberson detalhando seu processo de desenho aos espectadores que o observavam.


Enfim, este foi um dia muito proveitoso, porém muito cansativo. A quantidade de pessoas na Estação é algo bom pois demonstra o interesse das pessoas em buscar um evento da arte sequencial, mas falta estrutura física para suportar tamanha procura, isto é facilmente visto. Amanhã, infelizmente, será o último dia desse grande evento que honrou o Rio de Janeiro durante essa semana. Mas não falemos disso ainda, pois, por enquanto, pelo menos, ainda podemos dizer que:


É RIO COMICON, BABY!!!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

RIO COMICON, BABY!!! - DIA 4

Por Gabriel Guimarães

Luzes do teto nas cores da logo da Rio Comicon

No quarto dia de Rio Comicon, tudo começou meio rápido, acabei chegando um pouco atrasado e tive que literalmente correr o salão inteiro para chegar à oficina na qual tinha me inscrito, mas falarei disso depois.
    

Tal qual nos outros dias, hoje foi um dia onde os grandes destaques foram o contato e reencontro com os autores e o entrosamento entre os admiradores da arte sequencial. O clíma tem sido realmente inspirador e a correria por coisas boas tem sido frenética, seja de qual estilo de quadrinhos você goste.
  
Gustavo Duarte autografa edição do seu lan-
çamento "Taxi"

Cada dia há mais e mais pessoas preenchendo os espaços da Estação Leopoldina, e, como afirmei ontem, a projeção é de esse número crescer ainda mais nos próximos dias. Até agora, já foram confirmados cerca de mais 4 mil ingressos vendidos para o fim de semana. Isso demonstra um aumento da procura absurdo para esse meio de comunicação que tanto prezamos, e quem sabe demonstra uma possibilidade de maiores incentivos para produção de conteúdos novos nesse setor editorial no futuro? Aguardemos as boas novas.
  
O estande da Panini enfim foi montado, atraindo muitos olhares, porém, no que eu só posso ver como um erro de adminitração da própria editora, eles não estão vendendo material avulso lá, apenas assinaturas das revistas regulares, como "Turma da Mônica Jovem" e os tradicionais pacotes Marvel e DC.


Por falar em turma da Mônica, hoje tive o imenso prazer de conhecer o editor Sidney Gusman, grande responsável pela publicação das duas edições do "MSP50". Bem receptivo, ele demonstrou ser mais um dos muitos quadrinistas que tenho conhecido no evento que sabe tratar o público leitor com atenção e atitude positiva. Quanto ao quesito de receber bem o público, ademais, o evento como um todo sinceramente merece uma longa e saudosa salva de palmas.

Conheci hoje também no estande dos gêmeos Moon e Bá, o artista Gustavo Duarte, autor do lançamento "Taxi" e de muitas das charges do jornal de esportes "L!", antigo "O Lance", que recebeu a todos muito bem e conversou comigo por um bom período de tempo. Outro quadrinista que estava nesse estande era o Rafael Grampá, que vendia sua mais famosa obra "Mesmo Delivery" e autografava pôsteres que eram vendidos no local.
   
De chamar a atenção, também posso dar três destaques: O estande da Senac Rio tem demonstrado todos os dias técnicas de desenhar no tablet que tem sido de chamar muito a atenção, terminando em obras belíssimas; O estande da Seven, produtora de games, tem liberado para o público participar de forma interativa, jogando vários jogos no local, entusiasmando muito o público mais jovem; e, por fim, a 'passeata' de zumbis promovida pela editora Barba Negra para chamar a atenção para o lançamento de seu novo título.
Estande da Senac com arte feita no programa Sketchbook Pro
no tablet

 
 

Pois bem, agora retomando ao ponto que falei no começo do diário de hoje, a oficina de "Narrativa em histórias em quadrinhos", dada pelo desenhista Sam Hart, que desenhou a graphic novel "Outlaw: The Legend of Robin Hood" e a edição "Starship Troopers vol. 1".

Sam Hart explica a ordem de leitura de uma página

A oficina foi muito prática, e explicou todos os estilos de câmera e planos que normalmente são usados nos quadrinhos, e nos pôs para pratica-los conforme achássemos útil para a narrativa que tentamos fazer em sala, a partir de um roteiro improvisado feito por Hart. Desde closes a câmeras panorâmicas, o trabalho foi bastante abrangente e permitiu uma interação muito grande entre os alunos de lá, que iam desde cariocas até baianos.

Seja de que estado as pessoas estejam vindo, cada dia tem sido mais estimulante que o outro, e só tende a crescer até a conclusão do evento. Com o fim de semana chegando agora, só posso prever que isso aumentará mais ainda, pois, afinal de contas, lembrem:

É RIO COMICON, BABY!!!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

RIO COMICON, BABY!!! - DIA 3

Por Gabriel Guimarães
 
Em frente à galeria exclusiva de artes do italiano Milo Manara

Páginas que Manara produziu para o álbum em homenagem
aos criadores do personagem Asterix
Depois de um dia tão agitado e conturbado, hoje o que se sentiu mais na Estação Leopoldina foi uma calmaria inicial, mas que logo demonstrou o mesmo âmago de excitação dos outros dias. Tudo começou um pouco fora do prumo hoje, com vários estandes ainda fechados e pessoas ainda tímidas entrando pelos corredores das exibições, mas o que havia no ar era a expectativa de encontrar com o grande nome dos quadrinhos eróticos mundiais, o italiano Milo Manara, autor de obras antológicas do gênero como "Click!""Gullivera", mas, ouso dizer, acima disso, um artista fantástico da figura humana como um todo, o que pode ser comprovado por quem visitou sua exposição particular dentro da própria Rio Comicon. Suas obras não amargam na vulgaridade, mas atraem pelo belo traço (e não, não estou falando de erotismo aqui, estou falando de expressividade, algo que vai além de seus desenhos mais conhecidos do público, mas que podem ser vistos lá nessa seção especial para o quadrinista italiano).


Manara autografando os livros dos fãs com seu estilo
mais conhecido de desenhar

Bem, no geral, o dia apresentou muitos artistas renomados entrando em contato com seus muitos fãs e um considerável aumento no número de pessoas visitando o evento, fato que deve ser elevado potencialmente nos próximos dias devido à chegada do fim de semana. Quanto aos quadrinhos em si, hoje foi lançada a nova obra solo do quadrinista Mario Cau, "Nós - Dream Sequence Revisited", que foi vendida na Livraria da Travessa com um DVD cheio de extras da produção do material muito bem acabado; e os gêmeos brasileiros que têm estado cada vez mais em destaque no panorama da nona arte mundial, Fábio Moon e Gabriel Bá, autores da série "10 Pãezinhos" e da brilhante adaptação do clássico de Machado de Assis para os quadrinhos, "O Alienista", estiveram lá vendendo seus materiais, assinando e desenhando a pedido do público, e tirando fotos com este. Eles também estão vendendo em seu estande próprio uma revista bem produzida que visa apenas apresentar quem eles são ao público, e cujo texto interno encontra-se, inclusive, em quatro línguas diferentes (português, inglês, espanhol e francês), o que facilita muito a leitura. Trata-se de "Atelier". Vale a pena conferir.
Os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá no seu estande quase particular
atenderam muitos fãs

Aqui eu creio ser, no mínimo, considerável fazer um adendo: A receptividade que os artistas têm tido com o público é um dos fatores que posso destacar como um dos mais positivos do evento até agora. Não houve guerras de ego, conflito de interesses. Todo artista que eu encontrei, pelo menos, tem demonstrado uma postura muito admirável com o público, e garanto que isso não passa despercebido.
Por falar em despercebido, Milo Manara hoje teve um dia em que ele pode dizer qualquer coisa, menos que passou despercebido pelos fãs de quadrinhos. A fila de pessoas querendo seu autógrafo foi tamanha que, para que ele pudesse sair, depois de muito tempo assinando livros, foi necessário que funcionários da Rio Comicon acompanhassem-no para evitar que mais pessoas o abordassem pedindo autógrafos.


André Caliman ensina as estruturas do desenho de um
personagem independente do estilo em que pode ser feito

Quanto à oficina que fiz hoje, mais mudanças no local: ontem, tinham posto ar condicionado na sala, hoje, já haviam mesas, para que, enfim, pudéssemos participar de forma mais produtiva do que era ensinado, o que foi algo realmente estimulante. O tema de hoje foi "Criação de Personagem", instruído pelo quadrinista curitibano André Caliman, das revistas "Fire" e "E.L.F.". Partindo para uma abordagem mais prática, André expôs alguns dos princípios da criação de personagens e nos guiou através da criação de projetos individuais nossos feitos a partir do zero lá. O manuseio de um estilo próprio de desenhar seja lá qual personagem se estivesse fazendo, e a necessidade da ambientação para a montagem da personalidade do personagem foram dois dos elementos muito interessantes abordados lá, o que permitiu verificar cara a cara a diferença que um estudo de personagem faz quando você começa a querer trabalhar com ele.


Hoje foi mais um dia empolgante para conhecer mais pessoas, e essa tem sido a grande graça do evento: o contato contínuo com o universo dos fãs e dos autores, que permite um olhar totalmente diferente sobre do que se tratam os quadrinhos em si. E ainda há mais por vir! Amanhã tem muito mais, pois, afinal de contas,:

É RIO COMICON, BABY!!!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

RIO COMICON, BABY!!! - DIA 2

Por Gabriel Guimarães

Painéis expondo os traballhos de diversos artistas preenchem
grande parte da área do evento

Hoje, o calor deu uma trégua, e o segundo dia do grande evento de histórias em quadrinhos da cidade do Rio de Janeiro, de forma sagaz, aproveitou para manter um clíma de muita animação em todo o ambiente da Estação Leopoldina.

Entusiasmados pela presença dos ilustres quadrinistas estrangeiros Kevin O'Neill (desenhista da "A Liga Extraordinária"), Melinda Gebbie (desenhista de "Lost Girls" e esposa do renomadíssimo Alan Moore), Killofer (desenhista da personagem tradicional de livros infantis franceses, "Fantômette", e um dos defensores da banda desenhada na França) e Jeff Newelt (editor das revistas "Smith" e "Heeb"), o público apaixonado pela nona arte esteve num ritmo frenético, sem muito tempo nem para respirar sem perder uma oportunidade de ver de perto tantos autores que muitos só conheciam de nome ou de ouvir falar.

O renomado desenhista britânico Kevin O'Neill autografou muitas cópias da
 "A Liga Extraordinária", sua obra de maior prestígio, feita em parceria
com o aclamado roteirista Alan Moore


A fila para pegar os autógrafos do britânico Kevin O'Neill é um grande exemplo disso, pois parecia nunca esvaziar, conforme algumas pessoas iam recebendo seus livros ilustrados pelo artista pessoalmente, outros mais quase em igual número chegavam para preencher o fim da fila. Flashes de fotos que pediam para tirar junto com o desenhista, feito tanto por crianças quanto por experientes fãs de carteirinha, foi o que não faltou. Eu não fui exceção.
As oficinas do dia também não deixaram por menos, e, tal qual a animação do lado de fora, se mostraram incrivelmente inspiradas.

 
Mario Cau expondo na tela as ideias do esquema
de produção de uma revista de quadrinhos

Enquanto Daniel Esteves mostrou no computador os esboços e ideias
 que foram discutidas entre roteirista e desenhista para a pro-
dução da quarta edição da revista "Nanquim Descartável"
Foram duas as oficinas de hoje: "Como produzir uma revista?", dada pelos dois quadrinistas das oficinas de ontem, juntos; e "Webcomics e Quadrinhos Digitais", oferecida pelo roteirista Cadu Simões, criador do personagem "Homem Grilo", de muito sucesso na rede. A parceria dos dois profissionais de quadrinhos resultou numa palestra dinâmica e muito interessante sobre todo o processo de produção, edição e publicação de uma revista em quadrinhos. Fazendo uma análise minuciosa da produção da revista "Nanquim Descartável", criação de Daniel Esteves e que já teve colaboração de desenhos do artista Mario Cau, a oficina foi muito boa, abordando muitos pontos realmente importantes para o trabalho com a arte sequencial, tais como a definição de um público alvo pela prática, a importância de se realizar todas as etapas de adaptação do estilo dos desenhistas ao que é desejado que se passe nas histórias, e a importância muitas vezes menosprezadas dos elementos que passam despercebidos do primeiro plano do leitor (formato / cor / diagramação / ângulo escolhido para cada cena / expressão facil e corporal / sarjeta). Também foi muito bem abordada a diferença entre editar e publicar, que se dá pela participação do editor em todas as etapas de produção da revista e da história, enquanto o publicador apenas pega o material finalizado e o lança.

Cadu Simões explica as muitas vantagens do
quadrinho digital e expõe o que veio antes dele e
o que deve vir em breve a se expandir

Curiosamente, enquanto esta primeira oficina abordava a história publicada de forma impressa majoritariamente, a segunda abordou toda a questão dos quadrinhos digitais, cada vez em mais evidência e relevância para o futuro do meio. Começando por um histórico do meio desde a narrativa cantada de histórias nas tribos da pré-história (muito por conta da veia do palestrante Cadu Simões, também professor de história em São Paulo), e indo até a cultura de hiperlinkar em que estamos vivendo nos dias atuais, a discussão foi muito interessante. Debatendo sobre questões como Creative Commons e as mudanças na legislação de autoria; e o dispositivo Google Analytics e o rumo econômico que este novo meio de quadrinizar está tomando, o papo abrangiu muito do que está cada vez sendo mais posto sob os holofotes quanto ao futuro dos quadrinhos em si, e não vacilou em nenhum momento. Foi tudo muito bem apresentado e demonstrado, e todos os que estavam lá com certeza saíram mais enriquecidos com o conhecimento que lhes foi transferido.

Em suma, incrivelmente, o segundo dia foi ainda melhor que o primeiro, e não é por menos, amanhã nos reserva muito mais! Não esqueçam:

 É RIO COMICON, BABY!!! 

RIO COMICON, BABY!!! - DIA 1

Por Gabriel Guimarães



  
Caros leitores, sei que passei muito tempo ausente, sem postar nada de novo aqui no blog, e lhes peço desculpas por isso. Para compensar esse vacilo, deixarei aqui com vocês o meu diário do 1º evento internacional da nossa grande paixão, as histórias em quadrinhos, aqui no Rio de Janeiro em cerca de 17 anos, a Rio Comicon!
Sendo realizada na antiga estação de trêns da Leopoldina, relativamente próxima à rodoviária, o evento faz parte de um projeto de revitalização da área, e contará com a participação de ilustres quadrinistas, tanto do âmbito nacional quanto de cunho internacional. Alguns dos nomes para deixar com água na boca são os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, Rafael Coutinho, Rafael Grampá, Kevin O'Neill e Milo Manara. Só por isso, vocês já podem imaginar como o evento atrairá os olhares de quem gosta tanto da nona arte.
Pois bem, o evento começou hoje, dia 9 de novembro, e vai ser realizado até domingo dia 14, com encerramento de chave de ouro homenageando os mais diversos artistas, inclusive o nosso grande representante mundial, Maurício de Souza.


Hoje, o evento ainda não mostrou tudo a que veio, na incerteza dos visitantes que atrairia, que não chegaram a encher o grande salão da estação, porém, muita gente boa deu as caras por lá.
Estive lá desde antes da abertura às 13h, e pude ver como a estrutura do lugar estava funcionando. Há uma seção imensa construída para expôr o trabalho do italiano Milo Manara logo na entrada, cujo portão de entrada é em forma de um buraco de chave da porta, aludindo a uma das obras mais renomadas do grande nome dos quadrinhos eróticos, "Click!". Não entrei lá ainda, pois fiquei muito ocupado conhecendo o lugar todo e participando das oficinas.
Voltando quanto à estrutura: Há estandes espalhados pelas laterais do lugar, com sebos e editoras de quadrinhos independentes, como a ilustre Quarto Mundo, vendendo seus materiais, de um lado, e estandes com produtoras e disponibilizadoras de cursos, como o estúdio Seven e o Cenac Rio, do outro. Ao fundo, há um estande gigantesco para a Livraria Travessa, uma das colaboradoras do evento, onde serão realizadas sessões de autógrafos com artistas dos quadrinhos todos os dias. Hoje, quem deu as caras por lá foi o quadrinista Arnaldo Branco, assinando uma de suas últimas obras, "Mundinho Animal". Os próximos dias prometem muita animação lá.
Há, no centro de tudo, uma área imensa dedicada a exibir trabalhos de vários artistas nacionais e internacionais, chamando bastante atenção do público.
Quanto às questões funcionais, o lugar tem boas opções de refeição para quem vai passar os dias lá, como eu, mas a questão de ventilação, ou melhor dizendo, a falta dela, é o que mais pesa. O calor lá é impressionante, em especial na sala das oficinas. No auditório onde terão as palestras, há ar condicionado, pelo menos.

Mario Cau demonstrando as técnicas de arte-final

Daniel Esteves nos descrevendo a forma como ele
roteiriza suas histórias a partir de suas experiên-
cias de vida
Falando das oficinas, hoje foram realizadas duas: Arte-Final para Quadrinhos, ministrada pelo desenhista e arte-finalista Mario Cau, autor do quadrinho independente "Pieces"; e Roteiro para Quadrinhos, pelo roteirista Daniel Esteves, autor de histórias para as revistas em quadrinhos nacionais "Nanquim Descartável" e "Front". Na primeira palestra, o tema foi abordado com maestria, onde foram detalhados cada tipo de material possível de ser utilizado em histórias em quadrinhos, desde bicos de pena aos meios digitais. Foi ressaltada a necessidade de existir um estilo no traço do arte-finalista, e deu um panorama muito interessante sobre a parceria entre desenhista e arte-finalista. Ainda se entrou no tema de quadrinhos como forma de arte, que atraiu a atenção de muitos dos presentes na sala. Em suma, durou quase três horas numa sala relativamente pequena e muito quente, mas valeu completamente a pena sair de lá bufando de calor. Cada gota de suor valeu. Na segunda palestra, o tema foi abordado de uma forma muito limitada, a meu ver, onde ao invés de abrir para os estilos de roteiro e vermos na prática como são produzidos, falou-se mais de processo criativo e particularidades de cada autor. Quando entrou na questão de adaptação dos quadrinhos para outros meios de comunicação, a oficina melhorou um pouco, mas não chegou a empolgar muito os espectadores. Um dos pontos, porém, que foram destacados e que considero muito importante em faze-lo também, é que o potencial do que dizer com um gênero determinado de histórias é muito mais relevante do que o desgaste que o gênero em si pode já ter, e por mais que toda história já tenha sido contada, ainda não foi contada por você, e, no fundo, isso é que conta. O estilo de cada um é o que o profissional dessa área tem de mais valioso, e jamais devemos nos esquecer disso. A relação entre roteirista e desenhista também foi abordada, mas de forma muito superficial.

Conclusão do primeiro dia: O evento ainda está engatinhando, e nos próximos dias pode melhorar muito com as presenças dos artistas famosos internacionalmente, porém, há certas questões que merecem ter a devida atenção, como destaco mais uma vez o calor insuportável. Apesar disso, o evento está sendo muito bom, e o contato com as muitas pessoas apaixonadas por quadrinhos tem sido ótimo. O estande da editora Panini ainda não foi ocupado também, e quando o for, acredito que dará inclusive ainda mais fôlego para atrair o público dos aficcionados pela banda desenhada. E por último, destaque para a Livraria da Travessa, que trouxe uma quantidade imensa de quadrinhos nacionais e internacionais (muitos franceses), que você raramente encontra numa loja normal.

Bom, é isso, até amanhã, gente, e lembrem:

É RIO COMICON, BABY!!!