Por Gabriel Guimarães
No último dia da 16ª edição da Bienal do Livro na cidade do Rio de Janeiro, muitos visitantes aproveitaram para visitar os Pavilhões do Rio Centro pela primeira vez, a fim de não perder a oportunidade de conferir tudo que o evento proporcionou ao seu público neste ano. Com isso, a movimentação de pessoas foi grande, ainda que não tenha atingido o ápice dos dois sábados anteriores. Muitos autores estiveram presentes assinando suas mais recentes obras, como Laurentino Gomes no estande da editora Globo Livros, ou Thalita Rebouças no estande da editora Objetiva. Ao mesmo tempo, alguns editores se disponibilizaram para conversar com aspirantes a escritores, dando conselhos e analisando originais, como foi o caso do editor Thiago Mlaker no estande da editora Novo Conceito.
Outros estandes, entretanto, aproveitaram o último dia para oferecer maiores descontos para os visitantes, a fim de acabar com seus estoques remanescentes. Dentre aqueles que fizeram esse saldão final, destacaram-se a editora L&PM, que ampliou seu desconto de 20% para os professores para o público em geral, e a editora Martins Fontes, cujo estande no Pavilhão Laranja atraiu muitas pessoas, uma vez que contava com 50% de desconto em todos os seus livros, onde, inclusive, era possível encontrar títulos como os já destacados "Mafalda Completo" e "Eternauta" e o livro "A Novela Gráfica", do espanhol Santiago García, sobre a história das histórias em quadrinhos, a preços extremamente convidativos.
Maurício recebe um de seus muitos fãs durante sua presença no estande da editora Girassol (foto tirada no sábado, mas cuja sensibilidade se estende igualmente para o domingo) |
Enquanto isso, em outros Pavilhões que contavam com um alto fluxo de visitantes, os estandes aproveitaram para trazer alguns de seus autores para assinar seu material lançado recentemente, como foi o caso de muitas editoras com o quadrinista Maurício de Sousa e com o cartunista Ziraldo. Com um público vasto e diversificado, esses encontros entre autores e leitores ficaram marcados pelo calor humano e pelo carinho com aqueles responsáveis pela composição de obras tão admiradas por tantos.
No Pavilhão Laranja, ainda, o estande do Grupo 5W continuou seu processo de lançar novas obras publicadas por um de seus selos editoriais, iniciando o dia com a coletânea de tirinhas do cartunista Pacha Urbano, "As Fantásticas Traumáticas Aventuras do Filho do Freud". Com um humor sagaz e inteligente, o livro possui um teor claramente adulto, apesar da clareza de seus traços, e agrada muito aos leitores, em especial aqueles familiarizados com as tendências das teorias freudianas da psiquiatria familiar. Alcançando uma grande quantidade de visitantes, dentre os quais os ilustradores Leonardo Finnochi e Gustavo Bartolomeo, o lançamento durou um tempo considerável e rendeu bons momentos tanto para os organizadores quanto para o público.
Octávio autografando suas duas obras disponíveis no estande do Grupo 5W |
Pouco tempo depois de encerrar o lançamento do livro de Pacha, o Grupo 5W realizou, em parceria com a editora Draco, o lançamento do livro de ficção científica "O Rei de Todos os Mundos Possíveis", escrito pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e roteirista da história em quadrinhos "Para Tudo se Acabar na Quarta-Feira" (cujo lançamento também foi coberto aqui pelo blog), Octávio Aragão. Expandindo ainda mais o seu universo de histórias multidimensionais, Aragão procura explorar mais da essência dos seus personagens criados há mais de dez anos, colocando-os diante de inimigos improváveis e aventuras inevitáveis, ou vice-versa. Vale a pena conferir.
O evento, portanto, carregou em si um grande grito de desejo, tanto do público leitor em ter mais contato com o universo editorial do qual é apenas parte distante na maior parte do tempo; e dos autores, em ter mais relevância para suas obras que tanto lhe custam trabalho e vigor. A Bienal do Livro é algo que se estende para mais do que apenas onze dias, mas encontra ecos e ressonâncias que a tornam pertinente até sua próxima ocorrência, dois anos depois. O cansaço e os custos, logicamente, são obstáculos e desafios a serem combatidos ferrenhamente por quem verdadeiramente quer aproveitar tudo que o evento tem a oferecer, mas as recompensas vão muito além daquilo que nossa pouca imaginação muitas vezes nos permite supor. As amizades e a qualidade literária e criativa que emanam dos Pavilhões do Rio Centro ganham vida em cada um de nós neste curto período de tempo de quase uma semana e meia, dando-nos um pouco do gás e da esperança de que nossa leitura e vigilância constante e nossa cultura particular e social não são elementos de pouco significado. Aos organizadores da Bienal, fica a satisfação de mais um evento concluído. Talvez não perfeito em tudo que poderia ser, mas com muita realização dos momentos que pôde proporcionar, tanto para os visitantes quanto para os funcionários dos estandes. Obrigado a todos pela atenção e pelo carinho nestes dias todos. Que não sejam precisos dois outros anos para que todos nos vejamos de novo. Enquanto isso, em 2015 tem mais!