Por Gabriel Guimarães
Um pequeno herói junto ao ator vestido de Capitão América |
Num domingo onde o Sol esteve alto, aquecendo o já caloroso ambiente da Estação Leopoldina, o movimento foi consideravelmente bom, e muitas famílias estiveram presentes com crianças de todas as idades, que puderam ter momentos ótimos com os personagens do mundo maravilhoso dos quadrinhos. Aproveitando a presença novamente de atores e atrizes fantasiados dos mais diversos personagens da cultura pop em geral, os pequenos fãs de quadrinhos se divertiram e, sem dúvida, voltaram para casa ao final do dia com recordações para o resto da vida.
Enquanto o movimento familiar aumentou, o negócio do dia ficou em volta dos gibis mais raros e históricos que estavam dispostos na barraca do Arafatt e do Marquinhos, este último o antigo dono da loja de quadrinhos carioca Gibimania, que era ponto de referência no estado e que, já há algum tempo, não estava tanto em destaque. O material levado para o estande e a receptividade dos tanto vendedores quanto admiradores de quadrinhos que são os dois donos disso foram excelentes. Aos colecionadores, foi imprecindível conferir as ofertas lá, e saiu feliz quem conseguiu observar tudo que estava exposto, que, diga-se de passagem, contia material do mundo inteiro feito em quadrinhos, desde Japão, até Argentina, chegando na Rússia.
Cena do curta brasileiro do anti-herói "Urubucamelô" |
Numa sequência deste questionamento do herói, o também doutorando Fábio François abordou o niilismo presente na obra máxima do gênero dos super-heróis, "Watchmen", ponderando sobre a metalinguagem intrínseca na história, sobre uma realidade que gira em torno do efeito da real exitência de super seres no nosso mundo real, e não um universo imaginado. Analisando os tipos e momentos do herói, adaptados pontualmente da obra de Heidegger, François observou ainda o papel de cada personagem da trama dessa saga como reflexo filosófico específico da relação com a conscientização da fragilidade da humanidade.
Claremont, ao centro, sendo traduzido pelo estudioso Carlos Patati, à sua esquerda, e mediado pelo doutorando Fábio Morilhe, à sua direita |
Ao longo do dia, o assédio também foi grande em torno de profissionais dos quadrinhos como a paulista Érica Awano, que esteve autografando livros no estande da Livraria da Travessa, junto da japonesa Junko Mizuno. Autores como Emerson Lopes, que trabalhou no álbum "Pequenos Heróis" (já comentado aqui no blog antes) e é o criador do bem-humorado personagem "Alfredo, o Vampiro" (cujo bom blog pode ser visto aqui); Rafael Coutinho, desenhista da história em quadrinhos "Cachalote"; Alberto Serrano, quadrinista conehcido pelo seu trabalho de street art com os seus personagens Tito e o Cão Viralata; e o cartunista Gilmar, autor de álbuns como "Para ler quando seu chefe não estiver olhando" e "Caroço no Angu", o dia esteve bastante movimentado, e o público presente ganhou muito com isso.
Também foi realizada uma oficina pelo agente Klebs Jr, integrante do grupo Impacto Quadrinhos, sobre o mercado internacional de quadrinhos, que foi extremamente importante para os que a conferiram. Realizada num ambiente melhor do que o que era disponibilizado na edição anterior da Rio Comicon, Klebs comentou sua entrada no mercado de quadrinhos há mais de 15 anos e os pontos fundamentais que a indústria de quadrinhos procura em novos profissionais. Explicando que o mercado internacional de quadrinhos muitas vezes se consiste de uma arte industrializada mais do que uma mera criação pessoal, ele expôs exemplos práticos para pontuar questões que devem ser avaliadas por todos que pretendem seguir carreira nesse meio, e concentrou-se na mensagem que "todo desenho é uma mensagem" para explicar que todo detalhe ou traço que o desenhista faz numa página altera a percepção e assimilação dessa mensagem, tanto para facilita-lo quanto para dificulta-lo. Comentando ainda da necessidade de se compor um repertório visual rico e diversificado, indicando, inclusive, uma série de artistas que merecem ser conhecidos pelos aspirantes a ilustradores, como o artista que definiu a visão dos Estados Unidos no começo do século XX, o brilhante Norman Rockwell, o italiano Claudio Castelini e o clássico Hal Foster, Klebs conseguiu prender a atenção de todos e rendeu uma experiência bastante agradável e instrutiva de forma leve e prática.
Klebs Jr apresentou uma excelente oficina sobre o mercado internacional de quadrinhos, que prendeu a atenção de todos os presentes |
No final do dia, o humorista Fernando Caruso ainda esteve presente no evento, promovendo a premiére de sua nova série no canal de TV a cabo Multishow, "Ed Mort" (personagem este que já foi lembrado aqui no blog antes, em matéria sobre a adaptação de quadrinhos brasileiros para o cinema). Recebido de braços abertos, Caruso facilmente se tornou parte do evento, e até funcionários que estavam trabalhando no evento conversaram e tiraram fotos com ele, rendendo cenas engraçadas e interessantes.
O dia ainda esteve lotado em torno da apresentação dos cosplays diversificados que estiveram presentes |
Enfim, mais uma edição da Rio Comicon chega ao fim, mas o que ela proporcionou a todos os que puderam estar presentes, permanecerá sempre com todos. Única como só ela poderia ser, não há não destacar com entusiasmo que:
É RIO COMICON, BABY!!!
2 comentários:
Bela cobertura.Parabéns!! Abração. :o))
Obrigado, Gilmar!
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