segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

ComiCon XPerience 2: Dia 4

Por Gabriel Guimarães


No último dia da segunda edição da ComiCon XPerience, o público começou com bastante energia, recebendo efusivamente o ator norte-americano Misha Collins no Auditório Cinemark. Admiradores de seu personagem no seriado "Supernatural", muitos dos quais estiveram presentes no bate-papo com o ilustre convidado, estavam fantasiados conforme o figurino utilizado pelo mesmo. Não foi, porém, apenas nessa ocasião que os cosplayers foram destaque no dia. Em meio a muitos acontecimentos incríveis e maravilhosos, uma nota muito ruim acaba sendo necessária de ser registrada aqui. Membros da mídia tradicional que estavam cobrindo o evento causaram um grande alvoroço pela abordagem que deram aos dedicados fãs que foram à caráter para celebrar o momento positivo que a cultura pop vem alcançando nos últimos tempos. Além dos corriqueiros deslizes, causados por pesquisas incompletas (ou inexistentes, em alguns casos) sobre o conteúdo com que estavam trabalhando, repórteres do programa Pânico na Band grosseiramente assediaram algumas cosplayers, chegando a lamber uma delas e a tratá-las com considerável descaso e desrespeito. Naturalmente, os organizadores do evento foram informados (se não diretamente, o foram pela enxurrada de críticas ao grupo presentes nas mídias sociais) e se mostraram igualmente inconformados com a postura da equipe de filmagem e, por meio do site Omelete, emitiram, no início da tarde do dia 7 de dezembro, uma nota banindo o programa de futuras programações da CCXP, a fim de que todos saibam que o evento trata de proporcionar uma atmosfera agradável a todos e um convívio saudável para todos os admiradores dos diversos veículos de expressão cultural presentes no pavilhão da São Paulo EXPO. A nota emitida pela equipe responsável pelo evento pode ser conferida no link aqui.

Os cosplays estiveram realmente de excelente qualidade

Felipe Massafera foi um dos artistas
brasileiros mais procurados
Tirando esse incidente grave, os cosplayers puderam participar de concursos realizados na área do estande da editora JBC, onde o clima foi muito amigável e a confraternização foi a ordem do dia. Haviam figurinos de personagens conhecidos do universo dos quadrinhos, games, cinema e televisão, com destaque para o casal Coringa e Arlequina, como os mais fáceis de ser encontrados pelos corredores da CCXP. O jovem herói Finn, do desenho "Hora de Aventura", também foi outro dos mais populares entre o público de cosplayers. Entre fotos com o público e a árdua jornada nos estandes de colecionáveis, os cosplayers ainda foram conferir de perto os artistas brasileiros presentes no evento, como Alzir Alves, José Luis, Klebs Jr, Cris Peter, Eddy Barrows, Paulo Crumbim, Felipe Nunes, Cristina Eiko, Felipe Massafera e Gustavo Duarte. A já mencionada Cris Peter (colorista já reconhecida no mercado nacional como uma das mais qualificadas profissionais dessa geração, tendo prestado serviços tanto para os estúdios MSP quanto para editoras internacionais), inclusive, participou de um pertinente debate sobre a presença e representação das mulheres na cultura pop, ao lado de outras artistas como Meredith Finch (uma das responsáveis pelo título da "Mulher-Maravilha"), Érica Awano (desenhista responsável pela série brasileira "Holy Avenger" e pela adaptação de "Alice no País das Maravilhas", publicada pela Dark Horse) e Lady Lemon (reconhecida cosplayer argentina, que foi, ainda, convidada para participar da banca de avaliação do Concurso de Cosplay da CCXP e que, através de sua escola dedicada ao segmento, leva adiante técnicas de figurino para muitos interessados até do campo do cinema).

Outro debate que foi muito importante para o momento atual da arte sequencial foi realizado em seguida, com os quadrinistas Cadu Simões e Scott McCloud, sobre a evolução das webcomics e o momento atual dessa vertente, que teve, no estande da Social Comics, um grande aliado. Carinhosamente apelidada de "Netflix dos Quadrinhos", a empresa tem como proposta oferecer ao leitor brasileiro acesso via streaming para um acervo considerável (e crescente) de títulos de quadrinhos, tanto publicados por editoras quanto de autores independentes, por um preço fixo mensal de R$19,90 até o momento. Aproveitando justamente a agitação do mercado, como  Cadu e McCloud comentaram no auditório, os responsáveis pela Social Comics trouxeram uma enxurrada de grandes novidades para a CCXP, como a chegada na plataforma dos quadrinhos da Turma da Mônica, o acordo com a editora norte-americana Dark Horse, o início de trabalho com conteúdo exclusivo para os assinantes do serviço (tal qual a já mencionada Netflix), e a contínua expansão do catálogo imenso de obras que já dispunham. Vale destacar que um mês antes da ComiCon, o grupo dono do site Omelete desembolsou uma cifra substancial para adquirir uma participação no desenvolvimento da plataforma, dando-lhe ainda mais credibilidade e mostrando que é uma vertente importante no futuro próximo do mercado editorial brasileiro de quadrinhos. O estande da Social Comics ainda contou com a presença de muitos artistas em interações com o público e sorteou autógrafos de uma das lendas dos quadrinhos, o roteirista Frank Miller, convidado de honra dessa edição do evento. Vale a pena ficar de olho no que ainda vem por vir!



No estande da editora Aleph, o jornalista Chris Taylor esteve autografando seu livro "Como Star Wars Conquistou o Universo", publicado recentemente para aproveitar a excitação do mercado com o novo filme da série cinematográfica criada por George Lucas, e que estreia, dentro de poucos dias, nos cinemas do mundo inteiro. Para aproveitar esse momento, a empresa de sandálias Havaiana montou, também, um estande dedicado aos personagens da aventura espacial, com direito a uma réplica da casa de Luke Skywalker em Tatooine. Elementos de "Star Wars", contudo, não se restringiram aos estandes, e ganharam variadas formas e tamanhos em ações publicitárias e cosplays trabalhados ao longo de todo o pavilhão. Basta agora aguardar o novo filme e torcer para que o capítulo prestes a ser escrito com esses personagens, tão queridos pelo grande público, possa proporcionar momentos tão intensos e memoráveis como seus predecessores das décadas de 1970 e 1980. Que a Força esteja com esse novo filme!

A ComiCon XPerience de 2015 vai, assim, chegando ao fim e, tal qual a edição de 2014, deixa uma sensação boa na memória daqueles que puderam estar presentes. Novamente focada em proporcionar momentos e experiências únicos, o evento foi bem sucedido em sua empreitada, e a esperança é de que alcance, a cada ano e edição, novos patamares e satisfaça ainda mais pessoas. A certeza maior que fica, não tão curiosamente, é semelhante ao encerramento do evento no ano passado: #FoiÉpico!

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