Por Gabriel Guimarães
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Edição do Gavião Negro |
Na manhã deste último domingo, no dia dos pais para nós, brasileiros, aos 85 anos, apenas três semanas antes de completar seu próximo aniversário, Joe acabou falecendo de forma natural, e os quadrinhos, como meio de comunicação, perdeu mais um de seus grandes mestres. Marcado pelo sucesso de suas histórias como "Sgt. Rock" e o trabalho junto ao herói Gavião Negro, ambos publicados pela editora DC, Joe marcou sua passagem pelas páginas das revistas com muita criatividade e mensagens de inspiração humana.
Apesar de ter sido marcado pelo seu trabalho com temáticas relativas ao período dos conflitos internacionais onde os Estados Unidos tomavam parte, Joe sempre destacou a necessidade de haver mais do que apenas morte no caminho dos soldados, reservando-lhes momentos de profunda reflexão acerca da natureza humana e da necessidade da coexistência pacífica, rendendo-lhe uma safra enorme de prêmios extremamente valiosos para o mercado de quadrinhos, como o Harvey Award e o Eisner Award, dos quais, em 1997 e 1998, respectivamente, ele se tornou membro do Hall da Fama.
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Nos anos seguintes, Joe começaria a se firmar no mercado de quadrinhos, a partir de seu trabalho com o Gavião Negro e, em outubro do ano de 1953, viria a se tornar editor administrativo da St. John Publications, onde ele, seu antigo colega de escola, Norman Maurer, e o irmão de Norman, Leonard, publicaram a primeira revista em quadrinhos em 3D da história do meio, na primeira edição da revista "Three Dimension Comics". Neste título, Joe criou seu personagem de maior sucesso, um herói pré-histórico chamado Tor, que estreou na segunda edição da revista e não muito depois acabou por se tornar o grande astro da publicação.
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Um dos quadrinhos das histórias de Tor, o herói pré-histórico de Joe Kubert |
Em 1955, ele voltou para a DC, onde passou a participar da linha de personagens de guerra da editora, consagrando sua carreira com histórias como a já mencionada "Sgt. Rock" e as aventuras da tropa de soldados em "The Haunted Tank". Pouco depois, Joe decidiu mudar seu papel no meio e construiu sua escola de arte, onde ajudou na formação de muitos grandes profissionais do meio que hoje estão em atividade, como Amanda Conner, Alex Maleev, Rags Morales, o brasileiro Sérgio Carrielo e, eventualmente, seus dois grandes legados para as histórias de super heróis da atualidade, seus dois filhos, Andy e Adam Kubert, que herdaram muito do dom de desenho e de narrativa gráfica do pai.
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Edição de "Sgt. Rock" |
Hoje, os quadrinhos perdem mais um de seus soldados mais ferrenhos, um dos defensores da boa arte e portador da bandeira da esperança. Porém, que seu exemplo não seja em vão, e que sua história e seu legado possam viver em cada um dos profissionais e amigos tocados por ele no período em que esteve entre nós. Após uma árdua luta para criar um meio seguro e forte estruturalmente em que seus filhos hoje trabalham, o soldado Joe, enfim, retorna para casa, não com um estrondo de granada, mas com o síbilo suave das lágrimas que descem dos rostos de seus muitos admiradores.
Quem tiver interesse em visitar a página da Escola Kubert de Arte, que nestes dias, tem estado fora do ar com uma mensagem em homenagem ao seu fundador, basta clicar aqui.
Um comentário:
Ótima matéria Gabriel parabéns.
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