sábado, 18 de junho de 2011

Homenagem ao Louco que Nos Fez Rir

Por Gabriel Guimarães

Hoje, o Anjinho ganhou um companheiro especial no céu.

Por muitos e muitos anos, o personagem Bugu invadiu as história do Bidu para dar seu clássico bordão "alô mamãe", porém, neste dia, todos nós, leitores e admiradores das histórias em quadrinhos, prestaremos um momento especial de respeito e atenção, enquanto ele dá pela última vez seu "adeus, papai". Com lágrimas, que caem de suas orelhas, o Louco também está de luto, e, com isso, as suas palhaçadas rotineiras tiram um momento de folga, pois não encontram razão para a birutice que caracterizou o personagem desde seu surgimento em 1973.

Neste dia, 18 de junho de 2011, Marcio Roberto Araujo de Sousa, criador desses dois personagens e irmão do criador da turma da Mônica, Maurício de Sousa, faleceu aos 64 anos de vida, em decorrência de uma luta contra o câncer que já travava há algum tempo, e nós, admiradores da nona arte que nos tornamos, e, mais ainda, humanos que somos, hoje prestamos um profundo sentimento de respeito a tudo aquilo que Marcio nos fez sentir. Não fosse por ele, talvez não existissem Cebolinha e Cascão, criados a partir de amigos de infância deste irmão de Maurício, ou até o Rolo, criado a partir dele próprio, Marcio.

Entretanto, eu jamais poderia medir apenas por contribuições a um meio de comunicação a vida de um ser tão querido que se vai. O pesar que hoje sentimos é reflexo da vida dedicada a nos fazer rir que esse talentoso homem teve, a fim de tirar o peso da nossa correria cotidiana e nos lançar em um universo de gargalhadas, onde quem procura a felicidade desprendida do status social é visto como Louco. Hoje, o bairro do Limoeiro não tem festa, mas sim um profundo sentimento de honrar a memória de tão importante figura para sua existência.

E não poderíamos mostrar o quanto aprendemos com tudo que se passou nas páginas daquelas revistinhas sem fazer o mesmo. Deixo aqui, portanto, minhas mais sinceras consolações à família Sousa, e um agradecimento sem palavras para a memória deste "verdadeiro artista da família", como afirmou Maurício. O velório está acontecendo neste instante na Funeral Home, na rua Carlos de Pinhal, 376, em São Paulo, e vai se extender até 15:30. Aos que desejem prestar uma última homenagem a Marcio, estão convidados a fazê-lo.

3 comentários:

Maria Clara Modesto disse...

"Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz"
No fundo, somos todos um pouco loucos também. Fazer tudo igual sempre é monótono.

Anônimo disse...

Como agradecer a tal artista pelas risadas dadas tantas vezes com o cebolinha fugindo do Louco ou o Bidu desesperado por causa do Bugu? Sem palavras, hoje o homem que foi responsável por tantas risadas me faz ficar triste, sem querer...

GG disse...

As homenagens possíveis de ser feitas não chegam nem perto do quanto merece esse homem, que nos encheu com uma alegria pura, com a ideia louca de que é possível ser feliz. Se de cientista e louco, todos temos um pouco, torçamos para que nossa loucura seja a mesma de Marcio, a loucura do amor ao próximo e da felicidade plena. Descanse em paz, pois seu legado jamais será esquecido.