segunda-feira, 7 de setembro de 2015

XVII Bienal - Cinco Vogais de Uma Longa Jornada

Por Gabriel Guimarães



A Argentina foi o país homenageado nesta XVII Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro, com espaços especiais preparados para apresentar ao público no Pavilhão Verde a história de alguns dos autores de maior renome do país, como Adolfo Bioy Casares e Jorge Luis Borges. A fim de aproveitar também a forte cultura literária do nosso vizinho latino, os organizadores montaram uma área no Pavilhão Azul para realizar debates e palestras (onde, ontem, os cartunistas Ziraldo e 'Tute' estiveram presentes), com detalhes dos trabalhos de vários quadrinistas argentinos em cada banco disposto para que os visitantes que ali repunham suas energias ou sentavam para conferir a programação. Ao mesmo tempo, obras do país ganharam destaque nos estandes das editoras, como é o caso das antologias de contos urbanos fantásticos do pseudônimo Bustos Domeq na editora Globo; as coletâneas de Mafalda e os volumes do "Eternauta" na Martins Fontes; o livro "O Segredo dos seus Olhos", do escritor Eduardo Sacheri, pelo selo editorial Suma de Letras, da Companhia das Letras, entre muitos outros. A quem interessar conferir, o portal argentino AIM Digital comentou sobre o evento e sua postura quanto à cultura do país, e a matéria pode ser conferida aqui.
Entretanto, a quinta parte da Bienal não contou apenas com as boas notícias da parte do país homenageado. Em mais um dia de muito público, o estacionamento novamente deixou a desejar em termos de organização e o trânsito ao redor do Rio Centro apresentou mudanças que tornaram caótico o trajeto de quem chegava e saía do evento. Esperar em filas, tanto de carros quanto de pessoas, infelizmente, acabou sendo a ordem do dia.

Inteiramente alheios aos problemas externos, os estandes atenderam muito bem ao público, principalmente levando em consideração o fato de que o o limite dos espaços referentes a cada editora se encontrava excedido em sua grande maioria. Inspecionando mais a fundo, os estandes de maior sucesso no dia foram os pertencentes a sebos, como a Livraria São Marcos, a PromoLivros e o 'Feira de Livros', cada um com grandes ofertas em materiais da arte sequencial, indo desde encadernados importados de "Walking Dead", dos americanos Robert Kirkamn e Charles Adlard, passando por muitos qualificados livros teóricos da editora Criativo como "Eisner/Miller", chegando às edições nacionais da adaptação para os quadrinhos europeus da obra "Em Busca do Tempo Perdido", clássico escrito por Marcel Proust.

Outro destaque foi uma a área montada pela Coca-Cola no Pavilhão Verde que vendia garrafinhas pequenas personalizadas com o nome dos visitantes no ato da compra destas. O material, parte de promoções passadas da empresa, era vendido a R$6,00 e oferecia, ainda, a opção do comprador  adquirir, junto de quatro garrafinhas, uma miniatura do engradado onde os refrigerantes, de fato, são guardados em muitos restaurantes. O objeto foi bastante requisitado, em especial por famílias, que procuravam aproveitar a oportunidade de eternizarem nomes menos usuais nas garrafinhas para guardarem para si ou para presentearem amigos e conhecidos.

Um dia muito agitado, mas gratificante - assim, pode-se caracterizar mais este dia de Bienal. Ultimamente, pode parecer que ressaltamos os problemas estruturais do evento em detrimento de focar na experiência de dentro dos Pavilhões em si, contudo, visamos realizar uma análise integral do evento, e apenas pesando os prós e os contras, podemos ter uma consideração adequada de todos os fatores que constituem a Bienal em sua integralidade. Uma vez mais nos despedimos por aqui, ressaltando que o evento ainda reserva muito para os próximos dias desta semana, e esperamos poder encontrá-los lá!

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