Por Gabriel Guimarães
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Com elementos que homenageiam grande autores e quadrinistas como Raymond Chandler e Moebius, a história repercutiu de forma bastante positiva junto à crítica, vindo a ser requisitada pelo editor Sidney Gusman, então responsável pela publicação "Wizard Brasil", uma outra história curta com os personagens de Osmarco e Manoel para ser publicada em uma das edições da revista dois anos depois do seu lançamento. "Belvedere Blues", como ficou intitulada, apresentou uma trama de poucas páginas que complementavam o cenário apresentado em "The Long Yesterday" com uma nova história do detetive O'Malley. Desde então, o universo da Intempol continuou em expansão, por meio do livro "O Rei de Todos os Tempos Possíveis", do quadrinho "Para Tudo se Acabar na Quarta-Feira", (cujos lançamentos foram cobertos aqui e aqui no blog, respectivamente), ambos publicados pela editora Draco, e de projetos futuros que estão por ser divulgados ainda, porém, a produção de Osmarco e Manoel acabou ficando em um hiato de quase uma década.
Recentemente, os autores tornaram a se encontrar, todavia, para reverter isso, oferecendo ao público leitor a oportunidade de conferir o material original publicado pela dupla, o qual já se encontrava esgotado há anos. Para tanto, eles iniciaram uma campanha pelo site de financiamento colaborativo Catarse, onde esperam alcançar o valor necessário para a republicação do álbum "The Long Yesterday", contando, ainda, com a história "Belvedere Blues" e textos complementares inéditos. Há, ainda, para os colaboradores mais fortuitos a possibilidade de adquirir itens de colecionador, como canecas, bonés e camisas preparados especificamente para este projeto. Aos interessados em colaborar com essa iniciativa, o link para a página do projeto encontra-se aqui, e aos interessados em acompanhar as novidades do universo desenvolvido por Octávio Aragão, o link para seu site encontra-se aqui.
*Esclarecimento pra quem gosta: a expressão "revista de polpa", advinda do inglês "Pulp magazine" se deve ao fato de as publicações do gênero noir em revistas de papel jornal trazerem cenas de forte violência e imagens de crimes, o que atraía muito os leitores jovens da época. Os críticos de então diziam que esse conteúdo era sensacionalista e que, caso exprimissem uma edição destas, era capaz de escorrer sangue com polpa de dentro das páginas. Em consequência dessa característica, o tipo de produção e de histórias publicadas com essas características noir acabaram, popularmente, ficando associadas a esta expressão até os dias de hoje, perdendo, contudo, seu contexto pejorativo e adquirido uma quantidade maior de adeptos e leitores dedicados.