sexta-feira, 20 de março de 2009

Um Exemplo para os Quadrinhos Nacionais

Por Gabriel Guimarães

Tendo se recuperado de uma cirurgia para retirar um coágulo de seu cérebro, o autor catarinense Samicler Gonçalves já está de volta à ativa, com suas mais recentes publicações, Cometa #8 e Grandes Encontros #0. Esse artista realmente me fascina. Seu traço e capacidades criativas são exemplares, mas acima disso, sua superação é algo realmente admirável.

Orgulhoso (e com razão) de ser o criador do herói nacional Cometa, desde 1985, Samicler tem se tornado uma referência para todo artista nacional. Suas habilidades para fazer anatomia e perspectiva são objeto que vale estudo dos aspirantes a desenhistas de quadrinhos. Nos últimos anos, inclusive, foram publicadas algumas edições especiais em que o próprio artista ensina como desenhar o corpo masculino e feminino (felizmente, consegui um deles, apesar da dificuldade de se adquirir material nacional de outro estado brasileiro), além de edições voltadas para ensinar as crianças sobre a importância de se preservar a fauna e a flora nacional.


Esse é outro aspecto que chama a atenção numa análise do artista. Seu sentimento de paixão pela cultura brasileira é algo difícil de se encontrar nos dias de hoje até naqueles envolvidos com o país diretamente. Quase sempre seu super-herói encontra com personagens poderosos da história dos quadrinhos nacionais, como o Topman, o Crânio, o Raio Negro, a Nova, entre outros. Seja o leitor assíduo ou não das publicações nacionais, esse interesse em fazer crescer o potencial dos quadrinhos brasileiros influencia bastante a buscar mais materiais que possam ter a qualidade dos de Samicler.
Tenho certeza de que ele ainda vai conquistar muitos prêmios e reconhecimento nos anos por vir, pois seu esforço e dedicação são algo que me motiva muito a seguir nesse ramo ainda pouco conhecido pelo público de literatura em geral.
Neste ano que seu personagem vai completar 24 anos, tudo que lhe desejo é que Deus sempre lhe guie e lhe dê inspiração para enriquecer nossas mentes com seu conhecimento da cultura brasileira, que não consiste apenas de violência, favela e mata, como a maioria acredita ser de fora do país.
Samicler, muito obrigado pelo seu estímulo através de seu exemplo de vida! Com certeza, seu esforço me motiva a ir sempre adiante, sem nunca abater por nada deste mundo. Espero um dia ter a honra de conhecê-lo pessoalmente.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Na Espectativa pelo Filme da Melhor HQ

Por Gabriel Guimarães

Faltam poucos dias para a estréia do aclamadíssimo filme que fará a adaptação da obra máxima de Alan Moore e David Gibbons para as telonas do cinema com a qualidade IMAX. Para os quadrinhos, Watchmen é uma obra arrebatadora capaz de surpreender o mais incrédulo leitor, seja de quadrinhos ou de literatura em geral. Sua abordagem de como seria o mundo real com super-heróis para lutar nas guerras é simplemente excitante à medida que você se depara com as diferentes nuances humanas incrustadas em cada um dos personagens. Para os cinemas, resta-me torcer para que toda a temática e polêmica da trama permaneça, atraindo o público e mostrando que as histórias em quadrinhos têm mais a oferecer do que os olhos despreparados podem ver.

Tudo indica que o diretor Zack Snyder, fã confesso da HQ, vai conseguir satisfazer os admiradores da história de 1985. Infelizmente, a duração do filme teve que ser reduzido de 3h40min para 2h30min, o que deixa um sentimento de perda, mas de apoio ao diretor, que já anunciou que lançará a sua versão do filme em D
VD com todas as cenas cortadas e muitos extras.
Cenas como a anterior é que têm me deixado bastante ansioso por ver esse filme. A fidelidade com os quadrinhos é algo que primo muito (razão pela qual odiei o filme do Spirit desde o momento que vi o primeiro trailer dele), e Watchmen realmente segue conforme as linhas e traços que lhe deram forma da primeira vez há 24 anos.

Usando da sabedoria publicitária de um Ozymandias, da capacidade de manipular multidões de um Doutor Manhattan, do maquinário que daria inveja a um Coruja da Noite, da sensualidade propagandista de uma Espectral, do humor negro de um Comediante, e, acima de tudo, do mistério de um Rorschach, este filme demonstra que tem tudo para entrar para os anais do cinema como um clássico e uma ode à humanidade dos super-heróis no cinema.